com os dedos
sentir no interior
o corpo do texto
dando a ler
como ele fica
na sorte da leitura
armei-me de filosofia
para escrever uns versos
e acabei desarmado
pela simplicidade
a palavra tirou a armadura
para vir ter comigo
e assim me cumprimentar
só depois iniciámos
aquele que seria o duelo
de quem a palavra dita?...
não escrevas coisas tristes
dói-me um coração doido
a balançar o balancé
suspenso à razão
dos versos
que
vão e voltam no vão largo
onde a razão está suspensa!
poiso(u)
um pássaro poisou
sobre a linha de telefone
onde falo contigo
id(ei)a
digo-me agora
num breve poema,
ouça/nossa conversa
in_ dizível
é um sintoma meu
senti-la e sentir
o que sinto
palavras abertas
como se o seu centro
tivesse um ponto no espaço
a beleza dum dizer
permanentemente
nu, na sua expressão escrita!