quarta-feira, agosto 31, 2005

leitura

com os dedos

sentir no interior

o corpo do texto

 

dando a ler

como ele fica

na sorte da leitura

nu vão

no vão das escadas
onde os passos ecoam
sem nunca passar

aí chega a vibração
destes sons com os quais

escrevo o poema

e-motivo

 
emprenhei
de ti pois me deti
numas belas palavras!

segunda-feira, agosto 29, 2005

aluado

o poeta acrescenta à Lua
o luar do seu olhar!

sexta-feira, agosto 26, 2005

duelo

armei-me de filosofia

para escrever uns versos

e acabei desarmado

pela simplicidade

 

a palavra tirou a armadura

para vir ter comigo

e assim me cumprimentar

 

só depois iniciámos

aquele que seria o duelo

 

de quem a palavra dita?...

 

terça-feira, agosto 23, 2005

nu balançar

não escrevas coisas tristes

dói-me um coração doido

a balançar o balancé

suspenso à razão

dos versos

que

vão e voltam no vão largo

onde a razão está suspensa!

salto

nenhuma vertigem,
apenas a queda caindo
na palavra solta

sábado, agosto 20, 2005

triplix

poiso(u)

um pássaro poisou

sobre a linha de telefone

onde falo contigo

 

id(ei)a

digo-me agora

num breve poema,

ouça/nossa conversa

 

in_ dizível

é um sintoma meu

senti-la e sentir

o que sinto…

sexta-feira, agosto 19, 2005

falo a fala

meu carinho seja
na tua pele
um beijo

entrando fundo
como a língua

no mundo!

sexta-feira, agosto 12, 2005

o alvo a salvo

quanta violência
tendo em conta
que nem conta
saber da Ciência 
 
atingiu o alvo
ou ele moveu-se
e ficou a salvo?
 
estou a dizer
que estou a dizer
 
fico calado parado!
 

quarta-feira, agosto 03, 2005

tanka

TANKA tanto o
quanto tento
contando dedos
com que escrevo tê-los
para escrever a ti!

libelo

Belo libelo, belo!

Libelo contra tudo que não seja!... Poesia.

terça-feira, agosto 02, 2005

nu

palavras abertas

como se o seu centro

tivesse um ponto no espaço

a beleza dum dizer

permanentemente

nu, na sua expressão escrita!