segunda-feira, fevereiro 28, 2005

indizível

o
eco
repete
se
e
m
variações
eternizadas até
ao silêncio...
é onde
per-
dura a memória

domingo, fevereiro 27, 2005

volto

volto sempre às palavras
onde as começo

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

quero alegria

quero a alegria a ter
idade de adulto
cuja identidade seja
igual à minha idade agora

por ocasião do poema
na sua origem expontânea
e inocente

crente das palavras
e nas próprias coisas

onde se diz... cada verso

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

colori

POESIA FALADA
fala(colori)da

FALA DE COR
olho para a parede
em branco
até conseguir focar
as palavras a cor

depois começo este
processo fácil
de escrever

trago o essencial
para (o) dizer

uma fala de cor


FALA DA COR
os tons têm tonalidade
emprestando colorido
à interpretação
seja ela qual for…

o som é a cor
das palavras,
mesmo se escritas

pois a palavra
só tem vida em voz

palavra somos nós!...


A FALA FALADA
é este dizer
em versos ou prosa
uma conversa (a)fiada
por coisa nenhuma

onde o motivo
aparente ou real
é um ideal sem ideal

falar para dizer
uma coisa necessária

um verso útil_i_tá_rio


COR DA FALA
a expressão dá rosto
à música mais simples
e traduz o Sol posto
ou dá o Sol nascente

tocada em Sol
será tão expressiva
como afinada em Dó

a cor da fala
depende duma intenção

acorda da intensidade!...

sábado, fevereiro 19, 2005

*

* = beijo = chama = a ! cana do foguete = o que ficou = !

- indizível sinto (m!)eu -


sexta-feira, fevereiro 18, 2005

som d’búzio

I

curiosa

a

curiosidade

a

penas

.

.

.

faz-nos levantar voo

II

hipotenusa dum triângulo

rectângulo medida

do quadrado

medido

do

s

...

quadrados dos catetos som(ad_os)...


III

A

geo

metri

a

...

da nossa imaginação

concha (...)

onde o mar deixou
numa saudade
seu som

se_para_ção

Percebi que não me querias conhecer

e, quando percebi isso, dei sumiço!


Nem foi um dístico, apenas escrevi:

não deixo a porta aberta, podia...


(... e deixei "uma porta aberta" e...)

*do (caminho, vi_a)

“iniciando gestos desconhecidos”

as palavras separam-se do corpo

corpo formando na linha

destes versos mansos

duma sedutora

calma

a

poesia

transparente

de onde aparente

à aparência transparecem

as equação de grau + estilizado


degraus dum precioso grau bebi*

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

e o desejo

Gosto de ver uma mulher
a percepcionar o seu corpo
a vesti-lo por dentro
a seu gosto...

Gosto, como gosto de fazer
os poemas nus, vers
os...
oscilando entre a contenção

terça-feira, fevereiro 15, 2005

admira/admiração

lugar efémero o corpo
onde tocamos a glória
gemendo no orgasmo

tenta o poema imitar
recriando esse génio

e o melhor é o pasmo

falo

Peço
à Poesia
o poema
a toda a hora


Felizmente
ela é fêmea
e dá-me(-se)

em alegria

que me vem

e... agora tu

(melhor
que isto
- Jesus
Cristo?)


Agradeço

a visita...

encarnando o encarnado

Ainda bem que alguém me acha
“Extraordinário a cada poema!”

Por dois motivos: o ordinário
não tem nada a ver comigo!

E o extraordinário é que este
pode ser tão ordinário e vulgar

como um verso que se encontre
encarnando o encarnado: por ex.

direi

Sabes onde tu estás,
onde tu és?
Escreverei
onde me encontras...
Direi
as palavras certas
ditas interiormente
sem ser pelos dedos
com que te escrevo...

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

el_ás_ti_co...

o poema

enfiar

por ti

dentro

co(m)na

tu(r)al

P

R

A

Z

E

R

abraço

um beijo num traço
no poema o faço...
um carinho leve
de linho breve...
um sussurro
no olhar...
o sorriso
-
abraço

de comentário

Eu que vivo com os sonhos
a assaltarem-me de dia
para dormir bem
toda a noite
tenho
alguma dificuldade em ter
a solidão que não vem
material e ninguém
de ausência sem
um sonho ser
e por isso sou isto tudo
preenchido mundo
onde só mudo
meu modo
indo onde vou
no que sou
enfim/
fim
F

domingo, fevereiro 13, 2005

um...

um
bom
ins-
tru-
mento

é o poema
!!!!!!!!!!!!!!

sim

Sim,
amiga,
podemos
comentar-nos
até tornar infinito
o finito tempo vivo
em cada vida que vamos
ardendo como os fósforos
ou o fósforo que dizem estar
sempre presente nos consumos
necessários às necessidades mentais
(estas que fazemos ao fazer a poesia)

poesia

amor é poesia

nasce como o sol
no dia

nascem os dias
com a luz do sol
mesmo coado

quando nublado
o dia não desisto
e lembro-me de ti
acendendo um Sol...

amor

uma coisa é a poesia
outra coisa é o poema

é com o poema que fazemos...

o poema

as palavras existem
porque são ditas
ou são ditas
porque existem...

escritas vivem
e são uma singular
escrita

quando nos versos
ficamos nus

mostrando o poema!

rasto/rosto

escrevi hoje uma carta
de amor
e não a mandei
para ti, nem para mim

deixei-a no papel
um nu dizer,
como pele abandonada

depois dela
cresci como cobra

deixando um rasto...

(imagino-te a ti
a conseguires ver/ler,
a fazeres valer esse rasto:
rosto com que te (en)leio?)

sábado, fevereiro 12, 2005

direitos de autor

pode levar tudo,
desde que não lese(m)
minha inspiração deixada

lê se(m) restrições,
a letra deve ser canção
verso até ao último recurso

andamento

voltei a andar
por perto,
aqui te chamo
de mais
perto

onde o poema
ganha a onda,
anda...

move-me ser!

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

*fal_ar-te

sedutora
autora de mim,
sonhos de sonhar-te

arte do poema a ser
em poesia, sons
dum só dizer a querer...*

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

solidão e sentido

a solidão
faz mais sentido
quando é ampla e aberta

horizonte dividido
por uma linha sem fim
desenhada entre o céu e o mar

quarta-feira, fevereiro 09, 2005

açoito, acoito?

tenho por ti
uma saudade imensa
para não ser dita
toda duma vez

quem sabe
não me engano a mim
não me enganando?

beijo-te
imensamente!

para lá do aceitável...