terça-feira, agosto 01, 2006

a_final

afinal

as coisas ficaram

como já não estavam


voltei

compondo versos


novos versos!

terça-feira, maio 23, 2006

quando calha

*

um dia pensei que a vida

era isto: escrever(-te),

mas depois disso


nunca mais me (re-)

compus, apenas


componho versos*

domingo, maio 21, 2006

ignorante

não há neste sacrifício

margens para a glória?

no corpo há pintura

tatuada num ritual

onde o desenho nidifica

caligrafias de espanto?

só dúvidas me assaltam

enquanto a certeza...

quinta-feira, maio 11, 2006

quarta dimensão

a presença duma mulher

é como sentir perfume

a quatro dimensões

a quarta dimensão

é o tempo

«infinito enquanto dura»

Oferenda...

as mãos,

as palavras

domingo, maio 07, 2006

tirando partido

o último momento

sempre chegue

e nunca chegue...

sexta-feira, maio 05, 2006

espelho

sento-me,
o écran não reflecte
a minha presença
 
o espelho
é meu interior
 
eu - penso em ti!

terça-feira, maio 02, 2006

...so

a tua palavra

trás uma adaga

escondida

 

um limpo corte

enter_ra-a,

 

dela fica ver...

sexta-feira, abril 28, 2006

impunidade

Puta que pariu!
Vim para aqui, para um canto,
Para fazer um canto
 
Onde ninguém nos ouça
A ti e à minha voz
Onde eu e tu somos nós!
 
Estou histérico
Como uma mulher
Parindo um monstro!
 
Só tu nos podes salvar,
Isso deixa-me feliz
Entregue à impunidade
 
(É pungente o teu poema,
 "monstro" a ser gente!)

poema a v.

V
num
V
perfeito

V
é você

por direito!...

quinta-feira, abril 27, 2006

em paz

*EM PAZ

Seguro a faca com os dentes,

Atiro-a ao ar e engulo-a;

Fecho os olhos, morro.
Não resulta, corro...

Até terminar

Os versos

Nus!...

O sexo cai-me

Numa excitação,

De burro ergue-se!

Fico feliz e deixo a poesia *

sexta-feira, abril 14, 2006

pensamentos

1

se alguém me escrevesse

e nunca me respondesse

eu deixaria de ler...

se não se desse o caso

de me escrever versos


aí... pensaria duas vezes


2

a verdade é esta

agradeço cumprimentos

mas sem agradecer


o seu comprimento

mede o tamanho do luar


como uma luz reflectida...


3

«você é luz

é raio é estrela

é luar»


eu sou

um passatempo


onde perco meu tempo...

primeiros versos

Sente

como as palavras

podem ser belas donzelas!

sexta-feira, abril 07, 2006

sobre e sob

se me lembrasse de alguma coisa,

não precisaria de imaginação

para escrever assim...

assim como um pássaro

a distrair-se

tendo a fruição do ar sob(re) asas

quinta-feira, abril 06, 2006

poetisa

cantora
de canto
e encanto!

pensando na noite

ao anoitecer

alongo as pernas

na varanda

 

esperando

que o Sol se ponha

 

excitando-me...

terça-feira, abril 04, 2006

a sentir o poema

pego em palavras

ao acaso até

juntar

 

o número delas

de forma

 

a sentir o poema

eu verto

não há magma que não ferva
na bela descrição
do poema

onde a pele se desenha
no papel

onde o virtual é real!...

segunda-feira, abril 03, 2006

antes do segundo...

quando falamos com uma pedra
a pedra é indiferente
mas não nos é indiferente
a nós a pedra com que falamos
 
eu treinei com uma e consegui
atingir a indiferença
mais completa até chegar
àquela que considero absoluta
 
já nem ligo falo para uma noz
e, se me sentir inspirado, fico
em silêncio ouvindo esta voz
onde me faço seco como figo
 
e caminho para a cama e meço
o tempo que levo a adormecer
e não passo do segundo minuto

catarse

Se o silêncio falasse
tu eras um saxofone!
O insulto chegaria ao Céu
mas Deus continuaria surdo!

afago...

afa(go)

Ofegante ofeguei

achando ter neste

instante achado o

o

o

cubo ao quadrado

baile

o bailado das aves
era mais leve
que o ar

sexta-feira, março 31, 2006

pau

para não ser mero acaso

estudo o caso, pau_sa-

da_mente!...

acrescento mais uma

estância: até...


até lhe dar c'um pau!...

(pau pé_r_rimo?)


o nosso osso

no momento seguinte

já não sou eu, és tu

quem me lês aqui

 

onde os versos são

meus eus teus e

 

um verso só... nosso

quinta-feira, março 30, 2006

lento

de olhos fechados

satisfeito ficarei

até adormecer

 

ou acordar ainda

nos teus lábios

 

abertos ventosas!...

movimento lento

um movimento lento
não é o que tento
antes desenho
palavras que tenho
para te dizer
como te posso ter!...

ver

"o amor a inventar palavras"
Nem que para isso isto fosse visco, as palavras coladas, caladas, caídas, coadas, com... o Silêncio com ossos do Biáfra: escanzelado neste esqueleto de cão, cheio de comichões sarnentas! E isso, isto, o quê!! Imensamente o quê?? A língua arrancada à Língua! Eu, assim..., apaixonado por tudo o que dizes: em rigor, estupidificado de felicidade, alegria ou o mais puro espanto estampado no rosto que olha sem se ver (imagino).

ver e rever

rever

nunca é a mesma coisa

que ver...

terça-feira, março 28, 2006

pipa

«na brisa que fica entre o teu respirar e meu suspiro»(Magia)
 
solto um primeiro verso
«na brisa (...) suspiro»:
dele faço este colorido
 
papagaio correndo
pelo fio da voz sedutora
 
para de_correr leitura...

segunda-feira, março 27, 2006

movimento do fogo

chama por mim
o movimento do fogo
no interior das palavras
 
a brasa ateada
pelo nada que é tudo
 
o nítido mito eleito feito!

sexta-feira, março 24, 2006

um solo

UM VIOLINO (SOLO)
Na calma desta música
imagino um solo
de violino

a arrancar o coração
pela garganta

metáfora da emoção!...

em ti...

florescem palavras
com ternura feitas
para serem eternas

ficam em melodia
como aroma forte
alimento memória

liberta na pureza
sabor a sobremesa

opíparo um prazer
feito arte e dizer.!.

quinta-feira, março 23, 2006

momento perfeito

quando me sentes
porque me sabes
o que sinto...
 
digo-o e sentes...
desejo!
 
e apenas escrevo...
(beijo)

(a)prenda

o que nos solta

nos outros

é

o que nos

prende a eles...

quarta-feira, março 22, 2006

idade

fala com a casa
como memórias
falando-me de ti
 
alarga sombras
a saudade voa
trazendo-a a si
 
fala sem pensar
é saudade nua
voa como vulva
 
nu entre-tempo
coração-pulsão
imensa ilusão...
 
ponta das letras
onde dedos vão
as palavras são!...

 
de sexo e poesia

poesia pura

imagino-te a ti

de voz sedutora

intensa e sensual

 

a subir por mim

a vibrar do chão

 

- palavras soltas

somos felizes

das mãos
as palavras saem
como saias...
 
quando despimos
a fantasia
 
ou uma mulher...

sábado, março 18, 2006

nu prazer

entregue a ti

mais humano

... pura poesia...

necessitar

I
*... necessária
1
mostra a leitura
como um momento
de entrega que é
 
quando realmente
acontece poesia
 
e a inspiração é...*
 
2
quando assim é
a própria escrita
vem, independente
 
das palavras, sai
para ser muito mais
 
respiração... inspiração!
 
II
1
não esperes a chuva
quando podes lavar
as mãos na torneira
 
o sentido prático
não faz parte ainda
 
mas pode nascer aqui
 
2
a impermanência
dum sentido ocupa
agora o trânsito
 
dos astros moldando
o destino a vir
 
onde os versos são!
 
III
1
tudo ocupa o ser
e ser ocupa ser
o próprio poema
 
onde a poesia foi
uma premonição
 
até ficar com/clu/ida
 
2
movimento binário
em ritmo ternário!!!

quinta-feira, março 16, 2006

quase

A PALAVRA É QUASE

/ TUDO!

Pode não ter importância?

Impor a ânsia é tudo

menos asiático...


Não sei do que lembrei,

resolvi di_vagar...


sobre a beleza deste texto!

terça-feira, março 14, 2006

foram rosas

tudo mais que veio

com as mãos

caiu

abertura do diafragma

na abertura do diafragma

dá-se a inspiração!

 

quanto ao que sei

gostaria pudesse

proteger do frio

 

o corpo da poesia,

o corpo da poetisa!

imaginar a luz

é duma exactidão

que chega a doer nos olhos,

a luz do Sol

 

mesmo à noite

quando a procuro aqui

 

a imaginar a luz!

sexta-feira, março 10, 2006

e(m) arte

brinca comigo

olhar e lê-la

sou!?...

todo eu teu

... a tua ausência

o mar entrando na maré cheia
pelo rio acima

a boca
desenhando os lábios

sinto na tua presença um beijo
e sei de cor...

incerta lavra

impossível saber ao certo

o que inserto na palavra

faz com que ela de perto

seja uma “incerta lavra”

 

nesta dúvida a certeza

duma rima em beleza!

 

dada em duas parelhas

rimando até às orelhas!

quinta-feira, março 09, 2006

beijo solto

indo ao sabor do desejo

deixo um beijo solto

numa rima interior

segunda-feira, março 06, 2006

tango

quando te tenho

nos meus braços:

é tudo... fandango!

sábado, março 04, 2006

poderes do poeta

Para: R

 

Para que possas rir e ser feliz

desse modo, rindo, se te apetecer

Sempre pus a hipótese de seres

tu uma outra pessoa, ainda hoje

continuo sem saber quem és

Mas não está em causa eu saber

quem sejas, pois sempre serás

quem quiseres, souberes, poderes

quarta-feira, março 01, 2006

precipitado

quando isso acontecer,

o que estás a pensar...

sente: fiquei a sentir

 

já só falta completar

mais um verso para...

 

se precipitar o poema

(a nossa r. é química)

apontamento

a tua poesia
dá-me certezas
que não encontro
em mais lado algum

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

nu desejo

com o pelo electrizado

de pelos todos no ar

o corpo é um voo!

tineta

ainda me falta
escrever um poema
que lhe sinto

ainda a falta
a pedir penitência

jejum, abstinência?

dote

dou-te a ler

sua leitura,

é toda tua

registo

voar não é coisa simples
quando não sentimos as asas
para imaginar a acção
 
temos sempre a música
e o olhar simples
 
onde registamos a vida!

apontamento

a tua poesia
dá-me certezas
que não encontro
em mais lado algum

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

sobredigo

sobre o que digo
só sei o que vejo

sábado, fevereiro 18, 2006

milagres

São assim
todos os milagres
« 
São rosas
Senhor são rosas...
»
São versos
feitos com_o poema!

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

delirante

dança como canto
a alma uma chama
acesa pelo Verbo!

lume...

fogo
este jogo
onde ardemos!...

en_bar_co azul

num pequeno lago

sem vento nem

vontade...

 

habitando

lugar... esta Hora

 

aqui parado...

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

dias nus

sobra a obra
do corpo nos dias

pensamento

a língua na boca
deitando a Língua
toda cá para fora!...

acariciando ideias
como lábios doces

dum sábio dizer!!...
 

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

ponto final

sem reticências...
depois de dois pontos
faço: ponto final.

poema curtido

a pele esticada
entre as esquinas

na casa do poema
os gestos dos dias

exclamo

basta um sinal:
começa ou acaba
a nossa ignorância!

interrogo

qual é a duração
para um poema:
e_terna_idade?


terça-feira, fevereiro 14, 2006

alicerce

um grito constrói

um alicerce cortado

cerce, um: único!!

 

espanta-se lendo

o voo dum ovo

 

nascido ave!

 

(um alicerce da casa

dum poema do poeta)

domingo, fevereiro 12, 2006

nu gozo do poema

Queria-te deitada

num pouco de prosa,

para pegar em ti

e pôr-te em versos!..

tuas palavras

sigo teus versos

como quem segue

a espiral de fumo

das ideias crescendo

da chama em brasa

onde leio vivas

tuas palavras..

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

quando filosofo...

en_quanto filosofia

não me interessa tanto

a Morte;

pre_firo pensar

a Vida,

gozá-la plenamente!

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

nu género

sou poeta, acredito...
que a generosidade é
um produto humano

assim são os poemas
actos de generosidade

ou, qualquer coisa!...

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

a_mor

eleva ao quadrado

a minha figura de parvo:

amo-te porque quero!

 

há na minha paixão

uma geometria de cão,

 

farejo-a sempre contigo!

sexta-feira, janeiro 27, 2006

azul

a imagem saindo
onde se encontrou
sendo a imaginação

feita de cor na cor
com o recorte feito

qual colorido verso!

estou teu

a imagem fica mais bela
se encontrar a palavra
que caminha com ela...

encontrei você, você
que encontrou...

palavra tu_a: imagem!

sexta-feira, janeiro 20, 2006

aluado

muitas luas

têm cem dias

da semana

 

é assim  quase

sempre  quando

 

leio...   enleado!

quinta-feira, janeiro 19, 2006

ter_nu...

sente minha mão
percorrendo do ombro
até ao pescoço
 
depois te rodeio
para bem te abraçar
 
ficamos, deixa-te estar...

curriculum

curriculum dum poeta canino,
primeiro era o osso, acabou
o osso e o poeta comeu
inteiramente o poema!

quarta-feira, janeiro 18, 2006

crista

beijo no centro da paixão
onde a palavra se acende
 
no prazer da língua
na pele da poesia!

ser poeta

ser poeta é ser mais alto

junto das mulheres

 

é fazer amor

como tu bem queres!...

 

e dize-lo cantando

em toda a parte!...

 

e que não nos falte

ter toda/s tu_as partes

deusa de a_teu

ateu religioso

que nem eu...

 

sempre se safa

fazendo...

 

a poesia fluir

afluindo...

 

onde

você aparece

novo desejo

claro que cada poema parece alimentar

novo desejo pronto a parir,

 

é necessário ser corajosos e dizer:

musa, agora vai-te foder!...

 

quem quer ser corno

da sua maior fonte de prazer

 

quando usa as mãos

dizendo "falo"?...

promessas

as promessas

esqueço-as

 

ainda antes

das fazer

 

por isso nunca

faço promessas

perfeito

a beleza nasce

de sentir as ideias

 

perfeitas, perfeito:

 

por isso sei

como é o amor

absurdo

quando falo contigo

acontece-me esta coisa

 

absurda, absurdo:

 

escrevo os versos

sem pensar

sentidos

falas-me da falta

de sentido

 

denuncias

os teus sentidos

 

falando

do que sentiste

 

eu medito

todos os sentidos

medalha

os vícios não existem

por outra razão

 

fazem mal

mas sabem bem

 

podemos chorar

a fazer versos

 

mas há sempre

o reverso da medalha

domingo, janeiro 15, 2006

talento

Começa na forma como te alargas, me sugas, te deixas toda... penetrar e a alma nasce, cresce e fica pronta a explodir: para a vida poder recomeçar de novo!...

jeito

Com jeito, havemos de conseguir tudo, se deixares, quiseres, pedires, desejares: aí nascem as orações que os deuses atendem!...

puta

Comenta aqui, entra no meu tear, deixa-te atear e dizes-me as palavras que só sabes dizer quando fazes amor e não têm verso, nem reverso, são carícias do momento: palavrões cheios de talento!, ais, uis, sinais... e eu cheiro-te toco-te tenho-te por inteiro!

dizer-te

sedutora

obedece-me
põe-te de quatro
agita levemente... +
 
faz experiências
agitando os quadris
 
e depois... vem-te!...
 
(para mim
imaginando-te
assim... sedutora)

pena()poema

pena ainda não te conhecer

quando escreveste

isto...

 

o teu poema

ia...

 

vai agora pertencer-me m!+

o rosto

quero essa tua presença

em que vendo as costa

posso ver-te o rosto

enquanto pintas os olhos

 

ficas a sorrir-me, a ver

o meu olhar de espanto

quando me deixo apanhar

a pensar no teu rosto

 

o teu rosto tem um rasto

na minha memória

onde sou canino,

talvez apenas menino?

 

vejo-me por dentro

desse rasto do teu rosto

onde as palavras

julgo não chegam