sábado, abril 30, 2005

acordar

hoje

a_cor_dei

com as mesmas

palavras

e

voltei

a escrevê-las

para

ver

se...

eram as mesmas

sexta-feira, abril 29, 2005

-te(u)/ tudo

andando

sobre a linha

estreita

dum desejo


infinito

desejo(-te)...


quinta-feira, abril 28, 2005

l(e)i-to...

donde venho
as palavras cantam
como fontes

saio de ti
como nascente
que me faz...

entro em ti
terra abençoada
para correr

nu leito! o
meu leite se-
me_a_do sémen!

(sonhei ler-te ao ouvido)

quarta-feira, abril 27, 2005

[haikai]

concisão feita
sobre folha assente
suas nervuras

terça-feira, abril 26, 2005

nu rasto

Apaixonei pelo seu rosto,

Venho no seu rasto

Vou ser breve,

A alma assim me pede...


(ela não só existe

como me diz ser você...)


segunda-feira, abril 25, 2005

25 DE ABRIL

Será sempre Abril em Portugal
enquanto durar na memória
a Revolução dos Cravos

está onde a guardo
desde 1974

“As portas que Abril abriu”

memória
para escrever a História

em felicidade incrível
pelo Povo esperada querida
disse “O Povo está com o MFA”

o Movimento das Forças Armadas
que derrubou a ditadura

(do Estado Novo, velho de 47 anos
de 1927 a 1974, passámos ao actual
onde a Liberdade não é ilegal...)

domingo, abril 24, 2005

funcionalidade

mais uma funcionalidade

que vou passar a utilizar,

é quadra de publicidade:

por email vou "postar"...


contem nu dado

(o amante – continuado)

o amante é aquele que da mulher só quer a outra
a amante como ele do amor, prazer e emoção
com uma noção da entrega, da procura
dum sentimento sem cura, qualquer coisa
de infinito

i
só quero a mulher que me possui,
não aquela que me quer possuir

a amante é uma euforia,
eu sou um seu aforismo!

ii
com toda a calma e tesão do mundo
percorre as minhas letras
enquanto te acaricias

iii
eu estou na certeza da nudez
numa escala de zero a dez


beijo (o) infinito - (n)o teu prazer!

postal

Amor,
Escrevo a minha saudade de ti. Detenho-me a pensar em si...

E, como sei que gostas de poemas
(neles procuras poesia e não palavras
a atulhar a atenção sem sensação alguma
de conterem emoção: como este pa_rên_tese),
resolvi escrever este postal!
Que tal? Beijos e amassos!...
Abraços.

o amante

o amante é aquele que da mulher só quer a outra
a amante como ele do amor, prazer e emoção
com uma noção da entrega, da procura
dum sentimento sem cura, qualquer coisa
de infinito

sábado, abril 23, 2005

envolta no céu

o mar rodeia a ilha
a ilha ergue-se
o mar espraia-se
ao horizonte em volta

poesia o acto

poesia-acto deixo de facto nu(a) no dito
onde a invisto de gestos plenos
com aromas e pele que não invento
para deixar no papel

(o acto em poesia seria fantástico
ser de Sereia a pele que deixe
depois de se despir para ser fixe!...?)

acto nas palavras é teatro
onde do corpo marco tuas nádegas

com as cores que deixo à imaginação!!

quarta-feira, abril 20, 2005

seu céu

no vagar o vigor,
a contenção

do tropo


tropo mas não
trôpego

nu verso no azul

estaca

A fala dum teatro sem almas!
Uma árvore de fruta é um fruto?
Gosto dos frutos da Terra!
O amor é um deles,
vive na imaginação mas tem lugar
no corpo: é aqui
que habito habitá-lo.
O cansaço pertence à energia
dissipada em fantasia...
[digo(-o) sem olhar duas vezes
ao que respondo, falo apenas
coordenando as palavras com ideias
que não sei se ficam...]
Isto não é um poema! Parecem
versos cravados na Terra...,
talvez deseje peguem de estaca!

segunda-feira, abril 18, 2005

arre_pio

saudade de chegar às palavras
trazido pelas tuas
lidas
no
a
r
r
e
pio dum hiato entre ti e o acto
dramático (de) montar
este Teatro!

sexta-feira, abril 15, 2005

hoje

Hoje
deixo que a imaginação seja
um produto da escrita

esperando digas
hoje

teu(s) verso(s)

a tua boca

Gosto que a tua boca se abra
em palavras escritas,
gosto que a tua boca se abra
para mim

sem pressa

Sempre uma palavra
te encontrará
onde te abres toda
(com)penetrada

Sem haver distância
no desejo
onde nua te sentes

Sem-pre...
onde nua te abres

sem pressa...

quinta-feira, abril 14, 2005

saio

o plural contrário
começando
antes da palavra

aio da poesia
leitura que ensaio
onde acabo e saio

quarta-feira, abril 13, 2005

Amor

falar de amor
dá-me um cansaço
enorme nas palavras

se (por elas) se perde
o vigor que é do corpo

com que te dou... amor!

sexta-feira, abril 08, 2005

série: 7 bocas

boca1

é com ela que digo
nas palavras amor
com que te chamo


boca2

mandei uma “boca”
fazendo uns versos,
para ver sos...

boca3

guardo os beijos
junto a sonhos
aos bocados...

boca4

ninguém me livra
da realidade
estar aí...

boca5

todos os dias acordo
em desacordo
com isto: sítio?...

boca6

só me vou calar
quando deixar...
(só) de pensar!!!

boca7

porque amanhã
é Sábado:
antes (é) hoje!

sábado, abril 02, 2005

fervor ouso

ousado eu sou usado
por hábitos e vício
se sei lá mais o quê


a poesia me absolve
e nela me dissolvo
e escuto o teu canto!

sexta-feira, abril 01, 2005

Poetrix six + 1

adivinha

onde vai o vento
que passa agora
a varrer o chão?

ad_mito

admito tudo
como causa possível
em explicação fantástica

ad_mirei

o largo sorriso
desenhando os lábios
belos da bela!

ad_end_a

Ada estava sentada
a fazer tricot,
ardia uma vela acesa

ad_apta_ção

o gato saltou
como felino silencioso,
tudo continuou em silêncio

al_cance

o sono apanha-me,
vou tentar sonhar
intensa_mente!!

Lua

despe-te até ficares
vestida pela pele,
iluminada no meu fogo!

drama

volto às palavras
sem saber como se iram
comportar a estas horas

esperam-me silenciosas
como se soubessem
de ante-mão que viria

uma conclusão estranha
perante o meu desconhecimento
pessoalmente total
ou totalmente pessoal

o que é ir_relevante
para o conhecimento próprio
das palavras que dizem
tudo que dizemos por escrito

a comédia (é: e!...) e o drama!