quarta-feira, dezembro 29, 2004

conhecer o devir

A vida não cabe nas palavras
posso eu (lírico) escrever
parafraseando um dizer
cheio de conclusões avaras

A vida além de caber habita
até uma palavra mais nua
que pode ser a silente Lua
quando em luar nos visita

A vida nem precisa poesia
para conceber-se em versos
tão avessos como diversos
entre realidade e fantasia

A vida acaba nas palavras
quando nasce para elas
ou procura coisas belas
varando das ideias às taras

A vida começa nas palavras
pois com elas ela se faz
qual eterno Guerra e Paz
das coisas simples às raras

A vida é isto e muito mais
podendo dispensar palavras
aos mudos e até às araras
é língua de todos os animais

A Vida sempre fala à Morte
podendo ser maior que vida
vivida sem a ambição pedida
ao Homem para viver a sorte

A vida não tem conclusão
para quem lhe inventar
uma história que ao acabar
já prevê uma continuação

A vida é este verso a vir
habitar não uma mas todas
as palavras e suas modas
cujo destino conhece o devir

A vida não caber na palavra
tem de ser ideia entendida
entre o ir e o vir estendida
como espuma em praia clara!

3 comentários:

Francisco Coimbra disse...

A vida não cabe nas palavras
posso eu (lírico) escrever
parafraseando um dizer
com conclusões preclaras

Francisco Coimbra disse...

A vida é este verso a vir
habitar não uma mas todas
as palavras e suas modas
cujo destino conhece devir

Francisco Coimbra disse...

conhecer (o) devir