A palavra serve para isto mesmo,
prender o ouvinte ou aquele que vem
pelo olhar das letras escritas, só
ou vinte ao mesmo tempo, mais!?
Há espaço sem fim para a presença
das palavras tentando prender o leitor!
Todas são só uma, cada uma e todas.
segunda-feira, janeiro 31, 2005
sábado, janeiro 29, 2005
c(A)rente projecto
“eu queria dizer
que a metáfora da música brasileira
na globalização efetiva
dos carentes objetos da sinergia
fizeram a pluralização chegar
aos ouvidos eternos da geografia
assimétrica da melodia”
(Gilberto Gil - Ministro da Cultura)
e que todo o poema
sendo como letra de melodia
deve ter um coração
vadio e sereno ou ainda
o completo contrário
(para poder servir do avesso)
é secundário dizer
como correr por gosto
não é para cansar
(a verdade é um depois...)
em tudo é preciso inspiração!
(carente com A de...)
que a metáfora da música brasileira
na globalização efetiva
dos carentes objetos da sinergia
fizeram a pluralização chegar
aos ouvidos eternos da geografia
assimétrica da melodia”
(Gilberto Gil - Ministro da Cultura)
e que todo o poema
sendo como letra de melodia
deve ter um coração
vadio e sereno ou ainda
o completo contrário
(para poder servir do avesso)
é secundário dizer
como correr por gosto
não é para cansar
(a verdade é um depois...)
em tudo é preciso inspiração!
(carente com A de...)
quinta-feira, janeiro 27, 2005
nada actual
nada é mais exacto que um acto,
nada devia ser mais actual,
nada no entanto fica,
nada que já é,
nada.
nada devia ser mais actual,
nada no entanto fica,
nada que já é,
nada.
metodologia
i
pego naquilo que resta
e chega
não sei se para tudo
para isto chega
a palavra a erguer-se
para poder andar
ii
isto chega para...
iii
não sei ao certo
para que chega isto
iv
a certeza
nunca a uso
toda de uma vez
v
sou metódico até este ponto
pego naquilo que resta
e chega
não sei se para tudo
para isto chega
a palavra a erguer-se
para poder andar
ii
isto chega para...
iii
não sei ao certo
para que chega isto
iv
a certeza
nunca a uso
toda de uma vez
v
sou metódico até este ponto
quarta-feira, janeiro 26, 2005
leitura colectiva
não te esqueças de mim,
dir-te-ei todos os dias estas palavras
em todos os dias que queiras
procurá-las na tua imaginação
primeiro aqui fora onde escrevi
depois dentro de ti onde as gravas
nossas por completo agora e logo
minhas e tuas como de toda a gente
que conosco queira partilhá-las
num infinito verso da leitura colectiva
dir-te-ei todos os dias estas palavras
em todos os dias que queiras
procurá-las na tua imaginação
primeiro aqui fora onde escrevi
depois dentro de ti onde as gravas
nossas por completo agora e logo
minhas e tuas como de toda a gente
que conosco queira partilhá-las
num infinito verso da leitura colectiva
soneto CXXX
a Shakespeare
Os olhos de meu amor são solares,
mais rubros que o coral seus lábios,
se branca é a neve Luz a sua pele,
sua cabeleira é trama de encantos
Descrever seu rosto tem o infinito
encanto de vir descrever a Noite
e dar-lhe apenas um brilho finito
sem poder dizer quanto aí acoite
Ouvi-la é sentir a voz em Música
podendo sentir da língua a poesia
seguindo a sua modelação única
inimitáveis seus sons em alegria
Quanto ela diz só não dá cantiga
a distraído ouvido que não a siga
*
Soneto CXXX
Não tem olhos solares meu amor;
Mais rubro que seus lábios é o coral;
Se neve é branca, é escura a sua cor;
E a cabeleira ao arame é igual.
Vermelha e branca é a rosa adamascada
Mas tal rosa sua face não iguala;
E há fragrância bem mais delicada
Do que a do ar que minha amante exala.
Muito gosto de ouvi-la, mesmo quando
Na música há melhor diapasão;
Nunca vi uma deusa deslisando
Mas minha amada caminha no chão.
Mas juro que esse amor me é mais caro
Que qualquer outra à qual eu a comparo.
William Shakespeare
em
POEMAS DE AMOR
na
tradução
de
Barbara Heliodora
Os olhos de meu amor são solares,
mais rubros que o coral seus lábios,
se branca é a neve Luz a sua pele,
sua cabeleira é trama de encantos
Descrever seu rosto tem o infinito
encanto de vir descrever a Noite
e dar-lhe apenas um brilho finito
sem poder dizer quanto aí acoite
Ouvi-la é sentir a voz em Música
podendo sentir da língua a poesia
seguindo a sua modelação única
inimitáveis seus sons em alegria
Quanto ela diz só não dá cantiga
a distraído ouvido que não a siga
*
Soneto CXXX
Não tem olhos solares meu amor;
Mais rubro que seus lábios é o coral;
Se neve é branca, é escura a sua cor;
E a cabeleira ao arame é igual.
Vermelha e branca é a rosa adamascada
Mas tal rosa sua face não iguala;
E há fragrância bem mais delicada
Do que a do ar que minha amante exala.
Muito gosto de ouvi-la, mesmo quando
Na música há melhor diapasão;
Nunca vi uma deusa deslisando
Mas minha amada caminha no chão.
Mas juro que esse amor me é mais caro
Que qualquer outra à qual eu a comparo.
William Shakespeare
em
POEMAS DE AMOR
na
tradução
de
Barbara Heliodora
segunda-feira, janeiro 24, 2005
metafísica
É tudo isso amiga
e também os versos
a parte física disto
que é a metafísica...
Há filosofia vindo
onde a poesia vai
explorar o destino
O sentido de estar
tendo significado
Este ficar calado!...
e também os versos
a parte física disto
que é a metafísica...
Há filosofia vindo
onde a poesia vai
explorar o destino
O sentido de estar
tendo significado
Este ficar calado!...
sexta-feira, janeiro 21, 2005
o ovo magnifico
agora vou ficar em silêncio,
deixar que tudo aconteça sem tempo
esperar apenas
debaixo destas penas
chocar o ovo magnifico
dum novo poema
imaginá-lo, capaz de me suceder
até a eternidade cometer algum crime
deixar que tudo aconteça sem tempo
esperar apenas
debaixo destas penas
chocar o ovo magnifico
dum novo poema
imaginá-lo, capaz de me suceder
até a eternidade cometer algum crime
sobre as pétalas
nuances
1
hei-de dizer
a mim mesmo
que me cale
quero ouvir
que estou surdo
e que quero?...
2
apanho assim
insólitos
soltos
colecciono-os
sem nexo
por ordem
3
apercebo-me
perfeitamente
das nuances
é com elas
que caminho
sobre as pétalas
1
hei-de dizer
a mim mesmo
que me cale
quero ouvir
que estou surdo
e que quero?...
2
apanho assim
insólitos
soltos
colecciono-os
sem nexo
por ordem
3
apercebo-me
perfeitamente
das nuances
é com elas
que caminho
sobre as pétalas
quinta-feira, janeiro 20, 2005
o encontro das águas
Aos poucos começo a saber melhor o que é saudade,
uma palavra pouca para tão grande extensão
sobre a distância que tenho a vencer
percorrendo a pele dos dias
à espera chegues
até poder
ser
o
encontrar das águas esta foz às nossas vozes, amar
percorrendo a hipotenusa feita como hipótese
e não desistir vencer toda a distância
só porque ela se pode impor
na matéria ausente
da presença
onde
é
possível entre nós o encontro das águas nascentes...
uma palavra pouca para tão grande extensão
sobre a distância que tenho a vencer
percorrendo a pele dos dias
à espera chegues
até poder
ser
o
encontrar das águas esta foz às nossas vozes, amar
percorrendo a hipotenusa feita como hipótese
e não desistir vencer toda a distância
só porque ela se pode impor
na matéria ausente
da presença
onde
é
possível entre nós o encontro das águas nascentes...
segunda-feira, janeiro 17, 2005
fundido
1
a cavalgar
teu corpo
mergulho
a sensação
2
espuma
o prazer
3
onde a língua
lambe os lábios
as bordas do poema
incham do teu grito!
a cavalgar
teu corpo
mergulho
a sensação
2
espuma
o prazer
3
onde a língua
lambe os lábios
as bordas do poema
incham do teu grito!
domingo, janeiro 16, 2005
na espuma dos versos
I
REBENTAÇÃO
na espuma dos versos
entregar
as palavras
ao som
das dizer
a cantar
é fazer
os versos
que se vêm
nascer
frutos
dum quente
dizer
onde andam
as ondas
o mar
II
TONAL_IDADE
na espuma dos versos
se enquadram os sons,
diferentes em diversos
búzios, diferentes tons
REBENTAÇÃO
na espuma dos versos
entregar
as palavras
ao som
das dizer
a cantar
é fazer
os versos
que se vêm
nascer
frutos
dum quente
dizer
onde andam
as ondas
o mar
II
TONAL_IDADE
na espuma dos versos
se enquadram os sons,
diferentes em diversos
búzios, diferentes tons
sexta-feira, janeiro 14, 2005
saudade
vêns
porque as palavras
chegam
e trazem
o murmúrio
das fontes mais intimas
e
a sede
aumenta cada dia
saciando-se
apenas
de
saudades...
porque as palavras
chegam
e trazem
o murmúrio
das fontes mais intimas
e
a sede
aumenta cada dia
saciando-se
apenas
de
saudades...
quarta-feira, janeiro 12, 2005
fadista do silêncio
Fecho os olhos e escuto
a vida a pulsar ritmada
pelo bater que executo
mesmo assim sem pensar nada
a não ser este ritmo
primordial ao Universo
ao qual dou algoritmo
e a alforria em verso
sons para um soneto formo
nesta composição do canto
onde o silêncio transformo
apenas me mudo expressão
dando rosto ao meu espanto
do silêncio, eu, faço canção!
a vida a pulsar ritmada
pelo bater que executo
mesmo assim sem pensar nada
a não ser este ritmo
primordial ao Universo
ao qual dou algoritmo
e a alforria em verso
sons para um soneto formo
nesta composição do canto
onde o silêncio transformo
apenas me mudo expressão
dando rosto ao meu espanto
do silêncio, eu, faço canção!
terça-feira, janeiro 11, 2005
razão
Toda a gente lê razões,
qual a razão de ser
para estas razões
inúmeras enumeradas
por todas as razões?!
Haverá razão possível?
qual a razão de ser
para estas razões
inúmeras enumeradas
por todas as razões?!
Haverá razão possível?
minha árvore
minha árvore
é mais alta
que as estrelas
porque as tapa
ergue-se
crescendo
aprofundando
suas raízes
procura
ver amor
... mais alto
que as estrelas...
minha árvore
tenta chegar
até junto
a... (o sonho!)
* mas é sob *
* as estrelas *
* seu corpo *
* de folhas... *
é mais alta
que as estrelas
porque as tapa
ergue-se
crescendo
aprofundando
suas raízes
procura
ver amor
... mais alto
que as estrelas...
minha árvore
tenta chegar
até junto
a... (o sonho!)
* mas é sob *
* as estrelas *
* seu corpo *
* de folhas... *
segunda-feira, janeiro 10, 2005
par_a ler
em espirito
dispo o rito
e dele dou
à cena acto
até o corpo
ler o poema
por inteiro
erguido fala
do dizer de
prazer feito!
dispo o rito
e dele dou
à cena acto
até o corpo
ler o poema
por inteiro
erguido fala
do dizer de
prazer feito!
entre
(1) um e outro
(entre) no poema e...
finalmente
apenas no final
a mente, uma ideia
somente do que seja
ser gente, decidiu:
se eu não sou
eu sem ser corpo,
eu quero ser
o teu corpo,
passas a ser...
e não conseguiu
decidir nada,
pois nada havia
a dividir, entre
um e outro
(2) retórica elíptica
a beleza do poema
está no seu equilíbrio
ser feito na leitura
de qualquer leitor
equilíbrio instável
e futuro imprescindível
esquece o presente
onde está assente
na pessoa inicial
capaz de conceber
esta retórica elíptica
(3) a poesia ser
i
deixemos a poesia ser
o que é
o que é?
como podemos escrever
sem pensar?
não há resposta perfeita
ii
um Não, um Sim
são irrelevantes assim
simplesmente Sim
ou Não que seja
iii
a conclusão
deve sempre decidir
que o ser possível
é sempre esta
realidade
a ser o que é
iv
o poema
é a identidade
do poeta
o vime
de que é feita
a cesta
se foi
esse o material
que a fez
v
veremos
ermos termos
no dizer concebível
como inconcebível
se o poema fosse
do poeta que foi
e o deixou ficar
estranho seria
e assim é
(entre) no poema e...
finalmente
apenas no final
a mente, uma ideia
somente do que seja
ser gente, decidiu:
se eu não sou
eu sem ser corpo,
eu quero ser
o teu corpo,
passas a ser...
e não conseguiu
decidir nada,
pois nada havia
a dividir, entre
um e outro
(2) retórica elíptica
a beleza do poema
está no seu equilíbrio
ser feito na leitura
de qualquer leitor
equilíbrio instável
e futuro imprescindível
esquece o presente
onde está assente
na pessoa inicial
capaz de conceber
esta retórica elíptica
(3) a poesia ser
i
deixemos a poesia ser
o que é
o que é?
como podemos escrever
sem pensar?
não há resposta perfeita
ii
um Não, um Sim
são irrelevantes assim
simplesmente Sim
ou Não que seja
iii
a conclusão
deve sempre decidir
que o ser possível
é sempre esta
realidade
a ser o que é
iv
o poema
é a identidade
do poeta
o vime
de que é feita
a cesta
se foi
esse o material
que a fez
v
veremos
ermos termos
no dizer concebível
como inconcebível
se o poema fosse
do poeta que foi
e o deixou ficar
estranho seria
e assim é
domingo, janeiro 09, 2005
sub_ir
1
na vida no amor
como em tudo na vida
o mais importante no amor
é o tempo (esta música)
que se a-b-re_abre
de nós
na vida, no amor
2
etapes
poesia(s)
i
poderá um homem
dedicar a mesma Rosa
a duas mulheres?
só na realidade
tu és quem queres!
esse é o sonho…
ii
Rosa,
do génio
ao animal
o homem
é o mesmo,
por sinal…!
é
Assim
Mesmo
iii
a vida
é assim feita
de diferentes
etapas
amo-te
hoje por hoje
e agora para sempre
levas-me
a (sub)ir até ao Céu
trazes-me contigo!
3
pensando em ti
vc é quem quer,
você é apenas…
uma mulher!
tem o sonho
para dar
meu sonho!!
4
meu lado
o meu amor
não dorme
na mesma cama
que eu
porque eu quero
poder
dormir descansado
enquanto durmo
tenho sempre o sonho
a meu lado
5
meu amor
a nossa cama
é onde nos fazemos
Amor
na vida no amor
como em tudo na vida
o mais importante no amor
é o tempo (esta música)
que se a-b-re_abre
de nós
na vida, no amor
2
etapes
poesia(s)
i
poderá um homem
dedicar a mesma Rosa
a duas mulheres?
só na realidade
tu és quem queres!
esse é o sonho…
ii
Rosa,
do génio
ao animal
o homem
é o mesmo,
por sinal…!
é
Assim
Mesmo
iii
a vida
é assim feita
de diferentes
etapas
amo-te
hoje por hoje
e agora para sempre
levas-me
a (sub)ir até ao Céu
trazes-me contigo!
3
pensando em ti
vc é quem quer,
você é apenas…
uma mulher!
tem o sonho
para dar
meu sonho!!
4
meu lado
o meu amor
não dorme
na mesma cama
que eu
porque eu quero
poder
dormir descansado
enquanto durmo
tenho sempre o sonho
a meu lado
5
meu amor
a nossa cama
é onde nos fazemos
Amor
sábado, janeiro 08, 2005
dizeres
i
diz(es)
o teu pau enfiado
no meu rabo
e os teus
beijos
no meu pescoço
matam-me
de gozo
enchem-me
toda...
até à boca!...
ii
dizer(es)
é indecente dar a ler esta poesia
despida de pudor e preconceito
onde o prazer vive por direito
amor amante de ternas melodias
falas das tuas falas cumpiscuas
felonias fundas bem fecundas
das satisfações mais imundas
donde nascem as palavras nuas
iii
diz(end)
dizendo
de todas as fontes
onde lego e lavo em lava
o amor ardente que me abrasa
feito da alma que nos corpos casa
TEATRO (no acto, depois)
- E tu como é que estás?
- Feliz e contente, depois de te ter enrabado, fodido e amado!
[h-ouve(s)-me poisando a cabeça no meu peito, enquanto a minha amiga respira, consolada]
diz(es)
o teu pau enfiado
no meu rabo
e os teus
beijos
no meu pescoço
matam-me
de gozo
enchem-me
toda...
até à boca!...
ii
dizer(es)
é indecente dar a ler esta poesia
despida de pudor e preconceito
onde o prazer vive por direito
amor amante de ternas melodias
falas das tuas falas cumpiscuas
felonias fundas bem fecundas
das satisfações mais imundas
donde nascem as palavras nuas
iii
diz(end)
dizendo
de todas as fontes
onde lego e lavo em lava
o amor ardente que me abrasa
feito da alma que nos corpos casa
TEATRO (no acto, depois)
- E tu como é que estás?
- Feliz e contente, depois de te ter enrabado, fodido e amado!
[h-ouve(s)-me poisando a cabeça no meu peito, enquanto a minha amiga respira, consolada]
sexta-feira, janeiro 07, 2005
odes
ode sin_cr_ética
o(n)de a coisa nenhuma
que me faz lembrar de ti?
da raiz ao pensamento
fruto sem esquecimento
ode sim_ét_r_ica
da raiz ao pensamento
fruto sem esquecimento
ai (d)eus quem me atura
com estas saudades de ti?
o(n)de a coisa nenhuma
que me faz lembrar de ti?
da raiz ao pensamento
fruto sem esquecimento
ode sim_ét_r_ica
da raiz ao pensamento
fruto sem esquecimento
ai (d)eus quem me atura
com estas saudades de ti?
ai lamurias
Haverá sempre alguma coisa para poder fazer
quando depende de nós fazer alguma coisa...
Isto é tão incerto como isto, ao (in)certo!...
quando depende de nós fazer alguma coisa...
Isto é tão incerto como isto, ao (in)certo!...
quinta-feira, janeiro 06, 2005
(in)completo
quero
ler cada
uma destas
palavras soltas
como um momento
único, completo e sublime
onde posso apontar
soltas palavras
...
ler cada
uma destas
palavras soltas
como um momento
único, completo e sublime
onde posso apontar
soltas palavras
...
criar
criar um momento e ter... e-ter-n-idade
a começar aqui e agora....
o canto sobe, ergue-se, acorda,
luz a reflectir-se em cor
à música que se faz
com a poesia
poema
letra
começada com o canto, até...
ferirmos o momento para a eternidade!
a começar aqui e agora....
o canto sobe, ergue-se, acorda,
luz a reflectir-se em cor
à música que se faz
com a poesia
poema
letra
começada com o canto, até...
ferirmos o momento para a eternidade!
baloiço
Não, senhora
não são flores...
Inclino-me perante
o brilho de seus olhos
Um corpo perfumado
estendido, entendido...
Que(m) me dá haver palavras
para viver com o sonho!?...
Poiso na Poesia, baloiço
não são flores...
Inclino-me perante
o brilho de seus olhos
Um corpo perfumado
estendido, entendido...
Que(m) me dá haver palavras
para viver com o sonho!?...
Poiso na Poesia, baloiço
quarta-feira, janeiro 05, 2005
germinar
gerar, germinar...
gostaria esgotar este espaço da palavra
aberto ao devaneio
sou, quero ser
não sei se (a)percebes mas é
tão belo encontrar a plenitude
basta deixar a(s) semente(s) continuar
gostaria esgotar este espaço da palavra
aberto ao devaneio
sou, quero ser
não sei se (a)percebes mas é
tão belo encontrar a plenitude
basta deixar a(s) semente(s) continuar
terça-feira, janeiro 04, 2005
ser
eu, eles
os tempos e eu
trabalhando na gramática
do ser (tempo)
o Presente do Indicativo
com o Pretérito-mais-que-perfeito
sou, foram
fui, são
Pretérito Imperfeito do Indicativo
com o Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo
era, foram
fora, eram
Futuro do Indicativo
com o Condicional
serei, seriam
seria, serão
Presente do Conjuntivo
com o Imperfeito do Conjuntivo
seja, fossem
fosse, sejam
Futuro do Conjuntivo
com o Infinitivo Pessoal
for, serem
ser, forem
Imperativo
com o Gerúndio
sê, sendo
sendo, sejam
Particípio Passado
sido
Todos os tempos
e todas as pessoas
Presente do Indicativo
sou és é somos sois são
Pretérito-mais-que-perfeito
fui foste foi fomos fostes foram
Futuro do Indicativo
era eras era éramos éreis eram
Condicional
seria serias seria seríamos seríeis seriam
Presente do Conjuntivo
seja sejas seja sejamos sejais sejam
Imperfeito do Conjuntivo
fosse fosses fosse fôssemos fôsseis fossem
Futuro do Conjuntivo
for fores for formos fordes forem
Imperativo
for fores for formos fordes forem
Gerúndio
sendo
Particípio Passado
sido
sendo, sido...
Sendo eu
e tendo sido
eu e os tempos todos
os tempos e eu
trabalhando na gramática
do ser (tempo)
o Presente do Indicativo
com o Pretérito-mais-que-perfeito
sou, foram
fui, são
Pretérito Imperfeito do Indicativo
com o Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo
era, foram
fora, eram
Futuro do Indicativo
com o Condicional
serei, seriam
seria, serão
Presente do Conjuntivo
com o Imperfeito do Conjuntivo
seja, fossem
fosse, sejam
Futuro do Conjuntivo
com o Infinitivo Pessoal
for, serem
ser, forem
Imperativo
com o Gerúndio
sê, sendo
sendo, sejam
Particípio Passado
sido
Todos os tempos
e todas as pessoas
Presente do Indicativo
sou és é somos sois são
Pretérito-mais-que-perfeito
fui foste foi fomos fostes foram
Futuro do Indicativo
era eras era éramos éreis eram
Condicional
seria serias seria seríamos seríeis seriam
Presente do Conjuntivo
seja sejas seja sejamos sejais sejam
Imperfeito do Conjuntivo
fosse fosses fosse fôssemos fôsseis fossem
Futuro do Conjuntivo
for fores for formos fordes forem
Imperativo
for fores for formos fordes forem
Gerúndio
sendo
Particípio Passado
sido
sendo, sido...
Sendo eu
e tendo sido
eu e os tempos todos
aposto
i
aposto
que tens segredos
dormindo com a Lua
podendo, acredito,
dizer
“a palavra íntima”
ii
hoje
não me peço
para acreditar em nada
acredito, podendo,
fazer
“um pensamento”
iii
choro
como Madalena
arrependida
por ter pecado
sem pensar
a claridade
iv
hoje
em dia
só os milagres
interessam, pouco,
de verdade
aos poucos
v
lá
vou eu
mais uma vez
dizer uma coisa
esquecida
a memória
vi
quando
ao nascer
passamos a existir
deixou de haver
segredos
chegamos à luz!
vii
as letras dos números
fazem parte da escrita
o poema assim escrito
viii
ama-me só
quando souberes
porque nos amamos
ix
não há
um dossier
secreto do caso
apenas falta
o zero
antes do um
(e re-contar o infinito!)
x
aqui
neste lugar
cativo dos versos
fica contudo
história
antes da escrita
aposto
que tens segredos
dormindo com a Lua
podendo, acredito,
dizer
“a palavra íntima”
ii
hoje
não me peço
para acreditar em nada
acredito, podendo,
fazer
“um pensamento”
iii
choro
como Madalena
arrependida
por ter pecado
sem pensar
a claridade
iv
hoje
em dia
só os milagres
interessam, pouco,
de verdade
aos poucos
v
lá
vou eu
mais uma vez
dizer uma coisa
esquecida
a memória
vi
quando
ao nascer
passamos a existir
deixou de haver
segredos
chegamos à luz!
vii
as letras dos números
fazem parte da escrita
o poema assim escrito
viii
ama-me só
quando souberes
porque nos amamos
ix
não há
um dossier
secreto do caso
apenas falta
o zero
antes do um
(e re-contar o infinito!)
x
aqui
neste lugar
cativo dos versos
fica contudo
história
antes da escrita
amor adulto
a vida não é literatura
alia pura
o literário à aventura
para ser
uma aventura literal
quando amor adulto
vai e vem
ama em quem amas
na aliança
dos dedos dando-se...
alia pura
o literário à aventura
para ser
uma aventura literal
quando amor adulto
vai e vem
ama em quem amas
na aliança
dos dedos dando-se...
versos brancos
a mais perfeita descrição azul
poderia ser um sonho do mar
tentando olhar-se das nuvens
essa descrição permitiria criar
versos livres perfeitos como ondas
escrevendo sobre uma praia nua
o dia calmo num vagar vazio
da estranha certeza das horas
querendo reter o momento
apenas falar duma presença
de muitas tonalidades variando
as mais diversas perspectivas
poderia ser um sonho do mar
tentando olhar-se das nuvens
essa descrição permitiria criar
versos livres perfeitos como ondas
escrevendo sobre uma praia nua
o dia calmo num vagar vazio
da estranha certeza das horas
querendo reter o momento
apenas falar duma presença
de muitas tonalidades variando
as mais diversas perspectivas
domingo, janeiro 02, 2005
com_vivência_s
Há coisas que duram,
estar vivo é uma delas.
Quanto à poesia,
não existe sem vida.
Se é bom fazer poemas?
Não hesite, experimente!
estar vivo é uma delas.
Quanto à poesia,
não existe sem vida.
Se é bom fazer poemas?
Não hesite, experimente!
abraço d'alma
abraço
antes do abraço
há um gesto
interior
da emoção
é aqui
que nasce
a canção
do poema
sem versos
onde nasce(s)
d’ alma
«uma vela enfunada»
aproxima-se
vinda do nada
onde nada
é tudo
e
contudo
abraçar a alma
é abri-la e deixá-la
ao vento
elementar elemento
feito e-feito e emoção
antes do abraço
há um gesto
interior
da emoção
é aqui
que nasce
a canção
do poema
sem versos
onde nasce(s)
d’ alma
«uma vela enfunada»
aproxima-se
vinda do nada
onde nada
é tudo
e
contudo
abraçar a alma
é abri-la e deixá-la
ao vento
elementar elemento
feito e-feito e emoção
sábado, janeiro 01, 2005
garantido
mesmo com garra
se esgotássemos todas as palavras
num só dia
ficaríamos com o silêncio
como garantia
mas descobri, há uma impossibilidade
prática que torna isto
impraticável
à menor hesitação calamo-nos
e acaba o silêncio
deixamos de poder imaginar
a palavra (o) silêncio
se esgotássemos todas as palavras
num só dia
ficaríamos com o silêncio
como garantia
mas descobri, há uma impossibilidade
prática que torna isto
impraticável
à menor hesitação calamo-nos
e acaba o silêncio
deixamos de poder imaginar
a palavra (o) silêncio
cor_rente
palavras entregues
ao desconhecido
rumo das correntes
aqui deixo a poesia
depois da escrever
e continuar a ler…
ao desconhecido
rumo das correntes
aqui deixo a poesia
depois da escrever
e continuar a ler…
teu/eu
não há como não
sentir saudades
do ano que passou
guardar a memória
e levá-la lavada
escorrendo
a cabeleira juba
não se enxuga
sai-me da cabeça
minha memória
desejarei tocá-la
como teus cabelos
sentir saudades
do ano que passou
guardar a memória
e levá-la lavada
escorrendo
a cabeleira juba
não se enxuga
sai-me da cabeça
minha memória
desejarei tocá-la
como teus cabelos
palpite
não te esqueces
de me dizer
que sou teu…
nem precisas
fazer palavras
que o digam
tudo em ti
fala de mim
de me dizer
que sou teu…
nem precisas
fazer palavras
que o digam
tudo em ti
fala de mim
Subscrever:
Mensagens (Atom)