a Shakespeare
Os olhos de meu amor são solares,
mais rubros que o coral seus lábios,
se branca é a neve Luz a sua pele,
sua cabeleira é trama de encantos
Descrever seu rosto tem o infinito
encanto de vir descrever a Noite
e dar-lhe apenas um brilho finito
sem poder dizer quanto aí acoite
Ouvi-la é sentir a voz em Música
podendo sentir da língua a poesia
seguindo a sua modelação única
inimitáveis seus sons em alegria
Quanto ela diz só não dá cantiga
a distraído ouvido que não a siga
*
Soneto CXXX
Não tem olhos solares meu amor;
Mais rubro que seus lábios é o coral;
Se neve é branca, é escura a sua cor;
E a cabeleira ao arame é igual.
Vermelha e branca é a rosa adamascada
Mas tal rosa sua face não iguala;
E há fragrância bem mais delicada
Do que a do ar que minha amante exala.
Muito gosto de ouvi-la, mesmo quando
Na música há melhor diapasão;
Nunca vi uma deusa deslisando
Mas minha amada caminha no chão.
Mas juro que esse amor me é mais caro
Que qualquer outra à qual eu a comparo.
William Shakespeare
em
POEMAS DE AMOR
na
tradução
de
Barbara Heliodora
quarta-feira, janeiro 26, 2005
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